quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

LIVRO KIRIRI

VISITANTES DA FCK OUTRAS ETNIAS

EM BREVE

RECONQUISTA DO TERRITÓRIO INDÍGENAS KIRIRI

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RECONQUISTA DO TERRITÓRIO INDÍGENAS KIRIRI

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TORÉ

O povo kiriri constitui hoje um grande exemplo de luta para outros povos ....
     O processo de adoção do Toré é melhor viabilizado no plano simbólico, por um lado, pela sua relação com certas práticas xamanísticas então vigentes entre os Kiriri, selecionadas com atenção ao critério de representatividade étnica.
     O Toré é geralmente realizado aos sábados à noite - com uma interrupção apenas nos períodos da quaresma - em amplos terreiros junto aos quais há sempre algum recinto fechado, onde se deposita o pote com a "jurema" e se desdobram as sequências privadas do ritual. A cerimônia tem início com a concentração de pessoas nas imediações do terreiro e no recinto fechado onde principia a defumação que, em seguida, se estenderá ao terreiro, através de grandes cachimbos de madeira de formato cônico, com desenhos em relevo. Inicia-se também aí a ingestão da "jurema", que se intensificará durante a dança, distribuída sempre pelo conselheiro local ou por outra figura de relevo na hierarquia ritual e política. Passando-se ao terreiro, prosseguem os trabalhos de "limpeza", comandados pelo pajé, quando então, através do uso de apitos, os "encantados" são convidados a participar. Começam os cantos e as danças, inicialmente em fila indiana, com o pajé à frente, seguido pelos homens, mulheres e crianças, nesta ordem. A fila serpenteia pelo terreiro em movimentos progressivamente elaborados à medida que os toantes se sucedem, intensificando o envolvimento dos participantes, até o clímax que sobrevém com a "chegada" dos "encantos", perceptível nos evidentes sinais de incorporação apresentados...

O Toré entre os povos indígenas KIRIRI acontece todos os sábados, das 7:30 até 4 da manhã, o ano todo, sendo que na quaresma é dado uma pausa onde naquele período não acontece o TORÉ.
 
A Dança Toré para outros, pode ser entendida como uma diversão entre os índios kiriri porem o Toré é muitos mais que isso, é um ritual sagrado, bem como uma proteção divina do DEUS TUPÃ a alta proteção para os povos indígenas kiriri, é como os povos brancos ir à igreja todos os sábados ou domingos.
As músicas cantadas, TEM UM SIGNIFICADO, porem os índios Kiriri na RETOMADA A MIRANDELA, (sua terras) decidiram usar O dialeto (KIRIRI) nas suas canções, uma forma de manter suas tradições secretas, o que os imuniza de uma interferências no futuro dos que os desejam fazer das suas tradições algo pejorativo ou ATÉ MESMO O MAU usado suas crenças e tradições indígenas.

    Desde 1995, todo dia 11 de novembro, os Kiriri realizam a dança do Toré, junto com o público de não-índios presentes que desejem participar, comungando ...

ARTESANATOS KIRIRI

EM BREVE

COMIDAS TRADICIONAIS

EM BREVE

ARTESANATOS KIRIRI

ALDEIA MIRANDELA

Historicamente, se poderia datar uma primeira aproximação dos Kiriri a uma idéia de território - assim como o conhecemos hoje, com seus limites bem definidos - no início do século XVIII, época da doação, por parte do então rei de Portugal, de uma légua em quadra de terras a todas as aldeias do sertão com mais de cem casais, fruto de solicitações constantes por parte dos jesuítas face aos conflitos decorrentes da expansão da pecuária, em especial com sesmeiros da região que interferiam com certa freqüência na administração dos párocos das aldeias ali constituídas (Bandeira 1972).

Assim, Saco dos Morcegos, uma das quatro aldeias kipeá-kiriri fundadas pelos jesuítas, com uma população então estimada em 700 casais, foi delimitada como havia sido determinado, ou seja, a medida de uma légua de sesmaria (6.600 m), do centro a todas as partes, isto é, conforme o costume à época, da igreja missionária aos oito pontos cardeais e colaterais, formando um octógono regular de 12.320 ha (Bandeira, 1972).

O Alvará régio que regulamentou o processo de doação não se constituiria contudo, por si só, durante muito tempo, em um instrumento eficaz de garantia dos índios à posse dessas terras, pois, após a expulsão dos jesuítas, em 1756, Saco dos Morcegos seria elevada a vila (em 1760), adotando a denominação atual de Mirandela (Bandeira, 1972).

A implantação de uma administração civil nas aldeias do sertão ensejou um processo de indiferenciação entre índios e colonos, implicando uma significativa abertura para a invasão das terras indígenas e um forte processo de "desindianização" ao qual não resistiriam as demais aldeias dos Kipeá-Kiriri, depois de elevadas a vilas e submetidas à administração dos "Diretores de Índios" ao longo do século XIX (Brasileiro & Sampaio, s/d).

É muito provável que, dada a sua proximidade e a identidade cultural dos índios ali residentes, boa parte da população dessas vilas tenha se refugiado em Saco dos Morcegos, cuja sobrevivência pode ser atribuída a uma localização mais afastada das rotas da pecuária e a relativa inferioridade da fertilidade de suas terras, comparativamente às das demais aldeias. Deste modo, Saco dos Morcegos seria progressivamente ocupada por diversos outros segmentos camponeses não indígenas, repelidos justamente daquelas áreas mais valorizadas do agreste. Sua presença não restringiu drasticamente o espaço disponível para os Kiriri: uma pequena faixa íngreme de terras onde até há pouco residiam, constituindo cinco núcleos marginalmente localizados, circundados por pequenos povoados de regionais.

FCK-FEIRA DE CULTURA KIRIRI


FCK
1º FEIRA DE CULTURA KIRIRI
PROPOSTA DE PROJETO
ATA DE REUNIÃO COM LIDERANÇAS KIRIRI
Mirandela dia 11 dezembro 2011 as 8:30 da manhã

    1º- Fica aqui decidido todo acordo feito nessa reunião, de proposta do projeto da 1º feira de cultura Indígena Kiriri, que será realizada a cada ano do dia 20 de cada mês de março, TENDO EM SUA COMPOSIÇÃO e membros, DIRETOR, SECRETÁRIO, TESOUREIRO, CURADOR, VICE-DIRETOR, E MEMBROS ORGANIZADORES DA FEIRA.
     2º- A REFERIDA FEIRA tem como objetivo, mostrar arte e cultura indígenas, reunindo povos indígenas de todo estado da Bahia, na aldeia KIRIRI,  MIRANDELA-BA, AUTORIDADES, bem como seus artesanatos.
     3º- A Arrecadação de Toda Feira, esta dentro das vendas dos seus respectivos artesanatos, todos os participantes levará seus lucros com suas vendas sem interferências de quem quer que seja, podendo todos indígenas de qualquer nação participar apoiar, incentivar, ajudar organizar, elevar a referida feira, dando êxito para os próximos anos vindouros.
    4º- A referida data do dia 20 de cada mês de março, é exatamente a data de aniversário do CACIQUE LÁZARO, deixando claro que se trata de uma homenagem a esse velho guerreiro, que tanto lutou e deu tudo de si para ver seu povo hoje em suas terras indígenas.
     5º- Entendendo essa comissão organizadora a importância dessa homenagem ao CACIQUE LÁZARO, deixa registrado os povos indígenas a lembrança dessa data nunca mais esquecida ao MITO GUERREIRO, vos dando como presente a feira de cultura a ser realizada a cada dia 20 de março de cada ano, (lembrança do seu aniversário), ficando na memória dos povos indígenas sua luta e interesse pelo seu povo o qual resultou em êxito, a RETOMADA DOS POVOS KIRIRI AS SUA TERRAS, tomada no século 17 e 18 pelos poceiros. (Brancos)
     6º- A FEIRA DE CULTURA KIRIRI, não é somente uma feira dos povos Kiriri, é, sobretudo a Feira dos Povos Indígenas, porem a eterna lembranças a todos os povos dessa nação a lembrança do velho GUERREIRO CACIQUE LÁZARO, e exemplo de luta dos povos Indígenas KIRIRI, povos este que realmente são exemplo de força e coragem para outras nações.
     7º- A FEIRA DE CULTURA acontecerá sempre nas referidas datas, na ALDEIA KIRIRI MIRANDELA, povoado esse marcado por historia de lutas, e guerreiros. Onde teve a passagem de ANTÔNIO CONSELHEIRO/LAMPIÃO/JESUÍTAS no atual momento MORADIAS DOS POVOS INDÍGENAS KIRIRI, exemplos de lutas indígenas no país.
    8º-  A FEIRA DE CULTURA KIRIRI é justa homenagens ao seu povo, levando a toda nação exemplo de sua luta na retomadas de suas terras, bem como mostrar ao nosso mundo sua arte e cultura, via sites (internet), outros meios de COMUNICAÇÃO, tendo a todos KIRIRI o absoluto dever em divulga-la homenageá-la, contribuindo com o seu êxito marcando em mais uma história e RECONQUISTA dos povos Indígenas KIRIRI.
    9º- Das obrigações.
Fica a cada um dessa comunidade, seu apoio na sua ORGANIZAÇÃO, bem como aos membros dessa diretoria, buscar, trazer patrocinadores, em todo Comercio e autoridades, para a realização da REFERIDA FEIRA TODOS OS ANOS no dia 20 DE MARÇO, tendo como termino da feira no dia 21, podendo acrescentar o terceiro dia caso seja necessário pelos seus membros e COMUNIDADE.
     10º- Na referida Feira, acontecerá eventos Culturais como:
CERÂMICAS E TODOS SEUS ARTESANATOS OBRAS DE ARTES, ESTANDES E SEUS PRODUTOS, COMIDAS TRADICIONAIS, TORÉ SIMBÓLICO EM DEMONSTRAÇÕES AO VISITANTES, ARCO E FLECHA, CRENÇAS, PALESTRAS COM LIDERANÇAS, FUTEBOL INDÍGENA, DESFILE DOS POVOS INDÍGENAS PELA PRAÇA DA MIRANDELA, E A HOMENAGEM DE REFLEXÃO AO VELHO GUERREIRO CACIQUE LÁZARO.
     11º- MEMBROS DESSA DIRETÓRIA.
MARIA IRACEMA-DIRETORA
MÔNICA DE JESUS-TESOUREIRA
ADEMAR-VICE-DIRETOR
Demais membros a serem escolhidos por essa comissão e reunião, podendo ser nesse momento ou em outro momento para maiores seleções, usando o bom censo e democracia.
12º Artigo Final.
-Fica aqui acordado todas as cláusulas definitiva, podendo ser mudadas com reuniões e lideranças, constando em ATA, respeitada e lavrada, homologada por lideranças e sua DIRETÓRIA, as reclamações posteriores não serão homologadas, desde quando não aja uma justa decisão por lideranças dessa COMUNIDADE, tendo boa justificativa e razão, usando da democracia prevista na constituição, e determinação dos POVOS INDÍGENAS KIRIRI.

-CLÁUSULAS EXTRAS
1- A REFERIDA FEIRA terá sua cobertura nos dias seguintes 20/21 de filmagens, reportagens viam quaisquer veículos de comunicação que ali seja contratado pela sua DIRETORIA E MEMBROS, ou que venha através de patrocinadores, registrando todos os momentos, para arquivos dessa COMUNIDADE INDÍGENAS, e suas respectivas divulgações levando também ao conhecimento mundial.
2- A FEIRA LEMBRARÁ em alguns momentos, que teve como seu apoio criação idealizador o parceiro e amigo, o artista GILMAR LINHARES, produtor do seu primeiro DOCUMENTÁRIO em DVD da 16º COMEMORAÇÃO DA RECONQUISTA DA MIRANDELA.

Sem mais para o momento, Assinamos e dou a fé a este documento.
(Fica criada e determinada essa data de 20 de março de cada ano a FCK-FEIRA DE CULTURA KIRIRI)

DVD DOCUMENTÁRIOS

     Estes DVD são Documentários dos povos indígenas Kiriri, produzido por GILMAR LINHARES gravado na 16º RECONQUISTA DOS TERRITÓRIOS INDÍGENAS KIRIRI primeira e segunda Edição.
      Para adquirir este DVD é só entrar em contato com a fonte, lembrando que as gravações dos DVD têm como objetivo levar a arte e cultura dos povos indígenas Kiriri sem fins lucrativos ESTAMOS,  ABERTOS A DIALOGO E PALESTRAS dentro e fora do país RELATOS ENTREVISTAS é possível assistindo os Documentários

75 32762568/99073939/921327/81840314
Saudações lenhares
FOTOS CAPAS DVD DISIGNER
GILMAR LINHARES
FOTOS CAPAS GILMAR LINHARES

VIDEOS

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FOTOS

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BIOGRAFIA KIRIRI


    Historicamente, se poderia datar uma primeira aproximação dos Kiriri a uma ideia de território - assim como o conhecemos hoje, com seus limites bem definidos - no início do século XVIII, época da doação, por parte do então rei de Portugal, de uma légua em quadra de terras a todas as aldeias do sertão com mais de cem casais, fruto de solicitações constantes por parte dos jesuítas face aos conflitos decorrentes da expansão da pecuária, em especial com sesmeiros da região que interferiam com certa frequência na administração dos párocos das aldeias ali constituídas (Bandeira 1972).

Assim, Saco dos Morcegos, uma das quatro aldeias kipeá-kiriri fundadas pelos jesuítas, com uma população então estimada em 700 casais, foi delimitada como havia sido determinado, ou seja, a medida de uma légua de sesmaria (6.600 m), do centro a todas as partes, isto é, conforme o costume à época, da igreja missionária aos oito pontos cardeais e colaterais, formando um octógono regular de 12.320 ha (Bandeira, 1972).

O Alvará régio que regulamentou o processo de doação não se constituiria, contudo, por si só, durante muito tempo, em um instrumento eficaz de garantia dos índios à posse dessas terras, pois, após a expulsão dos jesuítas, em 1756, Saco dos Morcegos seria elevada a vila (em 1760), adotando a denominação atual de Mirandela (Bandeira, 1972).

A implantação de uma administração civil nas aldeias do sertão ensejou um processo de diferenciação entre índios e colonos, implicando uma significativa abertura para a invasão das terras indígenas e um forte processo de "desindianização" ao qual não resistiriam as demais aldeias dos Kipeá-Kiriri, depois de elevadas a vilas e submetidas à administração dos "Diretores de Índios" ao longo do século XIX (Brasileiro & Sampaio, s/d).

É muito provável que, dada a sua proximidade e a identidade cultural dos índios ali residentes, boa parte da população dessas vilas tenha se refugiado em Saco dos Morcegos, cuja sobrevivência pode ser atribuída a uma localização mais afastada das rotas da pecuária e a relativa inferioridade da fertilidade de suas terras, comparativamente às das demais aldeias. Deste modo, Saco dos Morcegos seria progressivamente ocupada por diversos outros segmentos camponeses não indígenas, repelidos justamente daquelas áreas mais valorizadas do agreste. Sua presença não restringiu drasticamente o espaço disponível para os Kiriri: uma pequena faixa íngreme de terras onde até há pouco residiam, constituindo cinco núcleos marginalmente localizados, circundados por pequenos povoados de regionais.

Kiriri de Mirandela, Bahia

Os índios Kiriri de Mirandela são um dos povos indígenas do Nordeste mais destemidos e heróicos. Vivem no leste da Bahia, há uns 250 km de Salvador. Foram missionizados no século XVIII e no século XIX sua antiga aldeia de missão tinha se tornado uma vila, chamada Mirandela.

No final do século muitos deles se mudaram para Canudos, participaram da vida daquele arraial de rebeldia e foram fundamentais na defesa de Antonio Conselheiro. A maioria morreu com o Conselheiro, mas alguns sobreviventes mantiveram a memória dessa passagem de sua vida política. Depois os Kiriri foram cada vez mais oprimidos, os brancos passaram a entrar em suas terras e Mirandela tornou-se a principal cidade da região. O SPI reconheceu-os como indígenas, o que segurou o processo de assimilação que estava ocorrendo à época.

A partir da década de 1950, alguns líderes Kiriri foram à cidade de Rodelas e convidaram pajés e religiosos Tuxá para ensinar-lhes os mistérios do Toré. Daí por diante foram retomando seus rituais e consolidando sua vida social. Na década de 1970 partiram para a reconquista de sua vila. Foram aos poucos conseguindo retomar terras que haviam perdido para os moradores e novos imigrantes na região. Ao final, na década de 1990, haviam reconquistado suas terras originais, consignadas a ele desde a época pós-jesuítica. Sua terra tem a forma de octógono com raios de seis km que saem do centro da vila de Mirandela.

É uma terra linda e verdejosa, fértil, na entrada do sertão da Bahia. Os Kiriri a amam muito e com muita razão. São excelentes agricultores e, agora com empréstimo do Pronaf, têm obtido excelentes resultados e estão se tornando cada vez mais independentes.

Muitos Kiriri foram fundamentais para a reconquista de suas terras. Quero destacar aqui o cacique Lázaro e o cacique Manuel, os dois maiores líderes da atualidade.

Parabéns aos Kiriri. Minhas homenagens a todos que lutam para preservar sua cultura e fazer parte da cultura brasileira também.

A foto ao lado foi tirada em janeiro de 2007 por ocasião da inauguração de duas Casas de Cultura que fizemos como parte do programa de resgate das culturas indígenas dirigido à época pelo indigenista Odenir Pinto de Oliveira.

indios kiriri